quarta-feira, 24 de março de 2010

Cerca de 1,1 bilhão de pessoas não possuem banheiro, diz OMS

A defecação a céu aberto – descrita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “a prática sanitária mais arriscada de todas” – está em declínio em muitos países, Segundo um relatório lançado na segunda-feira pela OMS e Unicef.

Entretanto, cerca de 1,1 bilhão de pessoas ainda a praticam, afirmou o documento. Embora a porcentagem da população mundial que ainda adota essa prática tenha diminuído de 25% em 1990 para 17% em 2008, o constante crescimento populacional e o movimento migratório para áreas urbanas de favelas significam que o número absoluto cresceu em 36 milhões de pessoas.

Embora a África tenha o menor número de banheiros, o continente também é muito rural, então o problema é mais grave na Índia, Paquistão, Nepal e Afeganistão, onde o índice aproximado é de 44% das pessoas defecando a céu aberto.

Em muitas favelas, onde barracos se amontoam, sem água encanada entre eles e água potável sendo vendida em carrinhos, milhões de pessoas são obrigadas a se agachar ao longo de trilhos de trem, ou usar pedaços de terrenos desocupados (buracos cobertos e banheiros externos não são considerados como defecação a céu aberto, mas baldes e defecação na água são).

A questão tem atraído mais atenção com a designação dos Dias Mundiais do Banheiro, a abertura do Colégio Mundial de Banheiro, em Cingapura, em 2005, e o surgimento de organizações como a Sulabh International Social Service Organization, que constrói banheiros públicos pagos que funcionam com pouca água.

Por Donald McNeil Jr.
New York Times News Service
Tradutor:
Gabriela d'Ávila